quinta-feira, 22 de maio de 2008

Minha vida como eu a lembro...

Minha vida como eu a lembro
(livre tradução do poema de Bobby Miller)
   
Aos 2 anos eu assoviei para o carteiro.
Aos 4 eu dancei ao sol no nosso jardim.
Os vizinhos juraram que eu era retardado...
Aos 6 eu contei para meus colegas de classe
que eu era de outra galáxia. Sr. Jackson, 
meu professor do primeiro ano, achou necessário
alertar meus pais.
Aos 10, o professor de artes, Sr. Grady, ficou 
alarmado com as cores que usei: vermelho, preto 
e rosa.
No ginásio eu era considerado estranho e asseado 
ao mesmo tempo.
“Fala muito e sonha acordado”, estava escrito por 
todos os professores em meu boletim.
Fui viciado em MDA, tequila, LSD, PCP, 
velocidade, DOPE, cocaína, maconha, mescalina, 
nicotina, sexo, e os mistérios da noite por toda 
a vida até completar 28.
Desde então tem sido apenas vida noturna e sexo.
Já tive cabelo verde, cabelo azul, cabelo preto, 
cabelo vermelho, nenhum cabelo, cabelo longo, 
e tudo antes de 1973.
Estou feliz de ainda ter cabelo.
Vivi com uma mulher por um sólido ano. 
E tinha tetas, obrigada.
Namorei homens pretos, homens brancos, homens 
marrons, homens vermelhos, homens amarelos. 
E muitas mulheres deliciosas.
Fui noivo, casado, apaixonado, separado, 
divorciado, e desiludido.
Já tive sífilis, gonorréia, escabiose, hemorróidas, 
hepatite, apendicite, dermatite, e gripe pelo 
menos 50 vezes.
E me sinto melhor hoje aos 40 do que aos 25.
Passei os últimos 11 anos meditando, concentrando, 
contemplando, administrando, educando, investigando 
e instigando um ideal superior.
Fui um prostituto, um santo, um pecador, um 
curandeiro, um pagão, um ator, um poeta, uma 
drag queen, um straight, um adolescente zumbi, 
um roqueiro punk, um garanhão brilhantina, um 
clone, alguém caminhando na rua, um escritor das 
estrelas, um vegetariano, um professor, um estudante, 
um viajante, uma babá, uma coisa selvagem, um pai, 
um filho, um iogui, e um cabeleireiro feroz.
Fui perdido, achado, confuso, absolvido, punido e 
premiado.
Estive em quase todo lugar, encontrei quase todo mundo, 
vi quase tudo, fiz a maioria das coisas, e ainda estou 
esperando para ser descoberto.
A noite tem mil olhos e eu sou um dançarino cigano 
ainda faminto por mais...
   

Um comentário:

Leco Vilela disse...

Caralho que lindo! oO